quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O que o Brasil quer ser quando crescer?

Já tratei deste assunto aqui neste blog, mas vou retomá-lo e se necessário for o farei outras vezes. Falo da forma de desenvolvimento que o Brasil esta seguindo: a do consumo em detrimento da natureza.

Há quem diga que o Brasil já é um país desenvolvido, outros dizem que falta pouco. Definições econômicas a parte, o que podemos colocar em evidência e por unanimidade é a forma na qual estamos alcançando esse desenvolvimento. Somos, além de capitalistas, uma sociedade consumista.

Estamos crescendo graças ao aumento do consumo da população como um todo; não estou aqui criticando a ascensão das pessoas a classe média, afinal de contas elas também fazem parte da população brasileira, se tomamos esse sistema consumista como base de nossa economia, eles também podem usufruir dele.

O grande problema é o cerne deste sistema; o consumo pelo consumo. Uma frase que gostei bastante de um professor da PUC, Ladislau Dowbor: "Essa filosofia de crescer por crescer só tem um paralelo na natureza, o câncer". É exatamente o que estamos fazendo com a Terra, consumindo-a por completo, até que ela chegue a seu limite e não tenhamos mais por onde crescer, nem como sobreviver.

A pergunta dessa postagem é exatamente sobre isso, o Brasil vem crescendo, mas ele quer ser como os EUA e os outros países ditos desenvolvidos? Isto é, quer ser uma nação que sacrificou sua natureza para se tornar industrializado, consumista e sedentário?

Essa é uma pergunta que deve ser feita a todos os brasileiros. Tenho certeza que as oligarquias que controlam o país vão arrumar um jeito de dizer que isso é bom, mas na verdade estamos somente dançando conforme a música mundial. E se continuarmos assim teremos que nos consumir cada vez mais para acompanhar o passo.

Talvez eu esteja sendo otimista demais, mas tenho certeza que o Brasil pode inventar o próprio passo, ou seja, formular uma nova forma de economia e desenvolvimento que não tenha como premissa a devesa dos recursos naturais, estes sim essências a vida humana, ou deveria dizer mundana?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

'A Privataria Tucana'

Jornalista Amaury Ribeiro Jr. lança livro sobre privatizações da era FHC

Após 12 anos de investigações neste 9 de dezembro finalmente é lançado o livro de Amaury Ribeiro Jr., renomado e premiado jornalista brasileiro, sobre os esquemas de privatizações sob o governo de Fernando Henrique Cardoso. 'A Privataria Tucana', como foi intitulado o livro, vendeu 15 mil exemplares no primeiro dia, e no quarto já havia acabado toda a primeira edição em todo o país.

Nas mais de 300 páginas da obra o jornalista expõe não somente as conclusões dos anos de investigação, há também vários documentos oficiais que embasam todas as suas afirmações. O principal personagem é o tucano José Serra, além de seus "parceiros" nos esquemas de lavagem de dinheiro e transações internacionais.

Tudo começou com investigações a pedido do jornal Estado de Minas, o qual Ribeiro Jr. trabalhava, sobre o adversário do mineiro e peessedebista Aécio Neves, que mesmo sendo do mesmo partido de Serra acabaram sendo adversários pela campanha presidencial.

Daí em diante houveram várias investigações, algumas publicadas antes do livro, que repercutiram nas últimas eleições e que levaram a um indiciamento da Polícia Federal a Ribeiro Jr. acusado pelos crimes de violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem à testemunha.

Quem se interessou pelo livro ou pela história recomendo o site da Carta Capital para se obter mais informações, que aliás, foi um dos poucos veículos da mídia que deu a real importância ao caso. Essa disparidade foi sentida até mesmo na Câmara Municipal de São Paulo, onde vereadores petistas e peessedebistas discutiram sobre o clipping da Casa, veja o vídeo abaixo.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Panorama da semana

A partir desta semana o Panorama da semana será acompanhado da antiga seção Por alto dos antigos Resumos.
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Após ser adiada por três anos reforma administrativa pode ser votada nesta quarta-feira

Após sofrer algumas modificações e mudar de relatores por três anos a reforma administrativa pode ser finalmente votada no Senado nesta quarta-feira, 21.

A proposta atual pode reduzir em até R$ 150 milhões por ano os gastos da máquina administrativa do governo. Os cortes serão nos números de servidores, que hoje são em torno de 3.300 e serão reduzidos em 30%; na diminuição dos serviços terceirizados e revisão de contratos com o governo.

Devido a uma determinação do presidente do Senado, José Sarney, a proposta passa a ser tratada em regime de urgência “obrigando”o plenário votá-la semana que vem.


Limiar que proibia a construção de Belo Monte é revogada

Em setembro o juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins junto a Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (PA) impediram as obras no Rio Xingu através de uma limiar na Justiça. Alegavam que as obras colocariam em risco a atividade de pescadores na região.

A limiar em nada alterou as obras da usina, que segundo a empresa Norte Energia – responsável pela construção da usina – as obras ainda não haviam alcançado o leito do rio.

De qualquer maneira, nesta sexta-feira, 16, o mesmo juiz revogou a limiar, liberando totalmente as obras. A decisão foi tomada após o magistrado apreciar dois pedidos de reconsideração, um da União e outro da Norte Energia S.A., afirmando que serão feitas obras de transposição, que permitirão a continuidade das atividades pesqueiras na região.


Prefeito sanciona lei que dá aumento de até 236% a funcionários da prefeitura

Considerado um projeto prioritário pelo prefeito Gilberto Kassab, a lei que dá aumento ao segundo escalão da prefeitura foi sancionada pelo mesmo esta sexta-feira.

A partir de 1º de janeiro subprefeitos, secretários-adjuntos, chefes de gabinete e dirigentes de autarquias e fundações receberão aumento, cujo maior será dos secretários-adjuntos (de R$ 5.455 para R$ 18.329). Segundo o prefeito o projeto será um legado para a cidade, trazendo maior interesse aos funcionários para deixarem de atuar no setor privado e se contribuir exclusivamente com a administração da cidade.


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Por alto

Plano SP 2040: consulta pública de projeto de diretrizes de desenvolvimento da cidade é prorrogada até dia 9 de janeiro.

Comissão da Verdade: assembleia de São Paulo aprova projeto que cria comissão também no Estado.

Cargos ao PSD: Câmara aprova criação de cargos para o novo partido.

Monotrilho no Morumbi: é aprovado na Câmara a construção do metrô aéreo.

Remédios mais caros: mudança no ICMS deixará genéricos mais caros ano que vem.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Plano SP 2040

Prefeitura lança plano de diretrizes de desenvolvimento para as próximas três décadas

A cidade de São Paulo possuirá um plano de desenvolvimento em breve. Em setembro passado, no Seminário Internacional do Plano SP 2040, foi apresentado o projeto a sociedade, que já vinha sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) e a Fundação de Apoio a Universidade de São Paulo (FAUSP).

O projeto é basicamente um conjunto de diretrizes para nortear o desenvolvimento da cidade nos próximos 30 anos. Parte dele já foi planejado e esta a disposição no site do plano (www.sp2040.net.br) ou no Scribd.

O plano esta numa segunda etapa de planejamento, que inclui consulta a população feita de diversas formas. Uma delas são perguntas feitas no próprio site (clique aqui para responder o questionário - embora seja recomendado conhecer um pouco do plano antes).

Por ora ele esta embasado em cinco eixos estratégicos, que são as principais vertentes em que o plano de desenvolvimento deve se focar. Um rápido resumo de cada uma delas abaixo:

Coesão Social: aqui o objetivo é tornar a cidade menos desigual em todos os âmbitos da sociedade; tanto no ponto de vista da renda, de gênero, de classe, de origem e etc., com projetos de inclusão social e de acesso a serviços públicos

Desenvolvimento Urbano: visa promover tanto o aumento de oferta de empregos nas regiões periféricas como melhorar toda a infraestrutura da cidade quanto a qualidade de vida da população.

Melhoria Ambiental: neste âmbito o projeto visa a despoluição dos rios e córregos da cidade, além da melhoria dos parques já existentes e a construção de diversos outros.

Mobilidade: a maior ênfase do plano é possibilitar o deslocamento da residência ao local de trabalho num tempo médio de 30min, através de diversos investimentos em infraestrutura e redistribuição de empregos.

Oportunidades de Negócios: e por fim pretende também aumentar a visibilidade da cidade, tanto no âmbito nacional quanto mundial, consolidando-a como centro financeiro não só do Brasil, como da América Latina, procurando sempre uma economia sustentável e de baixo consumo de carbono.


Vale ressaltar que o ideal do projeto é ser aplicado numa conjuntura de iniciativas públicas, privadas, da sociedade civil e de investimentos estrangeiros.

Quem se interessou, o plano possui um Twitter e um Facebook, saiba mais sobre ele nessas redes sociais ou no próprio site. Aproveite para responder a consulta pública e contribuir com sua opinião nos fóruns promovidos pelo site.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

(Des)Evolução no mundo

Antes de qualquer coisa ressalto que não sou nenhum economista nem sociólogo ou historiador, mas o que colocarei nos próximos parágrafos não é nada além do que qualquer um que análise, mesmo que superficialmente, nossa situação pode concluir – concordando ou não.

Há tempos ouvimos que os BRICS são os principais países em ascensão do mundo em desenvolvimento. Existe até o caso peculiar da China, onde o regime político – o socialismo – contrasta com o econômico – é inegável que ela seja capitalista neste sentido -, mesmo que isso fuja da regra na atual conjuntura da humanidade.

A grande questão é que o Brasil se encaixa neste grupo de países, tendo suas especificidades é claro. Mas nenhum deles foge a regra sobre a forma que estão se desenvolvendo: a custo da natureza.

Temos os claros exemplos da Europa e dos EUA, que devastaram boa parte de suas regiões naturais em detrimento de seus parques industriais e centros urbanos. Nas conferências internacionais sobre o clima são os mais cobrados pelo efeito estufa e demais consequências da intervenção do homem sobre os ecossistemas do mundo.

A reflexão que pretendo levantar é sobre o Brasil neste contexto. Estamos caminhando cada vez mais neste sentido; o do desenvolvimento em detrimento da natureza, e não aliado a ela. Fica claro este nosso pensamento (nosso vírgula, das oligarquias, porque o povo não decide isso) quando observamos a Amazônia, que poderia gerar riquezas infinitas se fosse explorada sustentavelmente, porém é depredada cada dia mais para um enriquecimento rápido e inconsequente.

Somos exemplo no mundo em energia, utilizamos energias renováveis e podemos até dizer que estamos avançados em alguns campos de pesquisa nesse sentido, contudo, se formos analisar como um todo, estamos seguindo o mesmo caminho destes outros países, enquanto temos potencial para mostrar ao mundo como se pode crescer sem findar com a natureza; afinal de contas, o home ainda depende dela, pois até onde sei ele ainda não é autótrofo ou produz sinteticamente em laboratório seu alimento.

Enfim, fica a questão dessa nossa forma de nos desenvolvermos, cujo preço será pago muito mais pelas futuras gerações do que a nossa, que mesmo assim já sofre com isso.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ensino técnico: solução tardia para um problema crônico

Uma das bandeiras da campanha de Dilma foi a ampliação da oferta do ensino técnico no país. Dia 26 de outubro deste ano parte deste ideal começou a se tornar realidade com a efetiva criação do PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

O programa tem certa complexibilidade, por alto se pode dizer que é a maior aposta deste governo no âmbito da capacitação profissional de jovens no país. Basicamente ele visa ampliar o acesso a cursos técnicos e profissionalizantes, focado em estudantes do nível médio e empresas interessadas em treinar seus funcionários.

O tema não é recente, há quantos anos o mercado brasileiro não clama por mão de obra qualificada? Por algum motivo o governo resolveu se preocupar com o assunto agora. Talvez o próprio mercado tenha exigido isso, outrora ele mesmo podia treinar seus profissionais, mesmo que isso lhe custasse um pouco mais; agora é necessário contratar um técnico e mesmo com este nível de formação lhe oferecer um treinamento mais específico, mas o “basicão” ele já sabe.

A grande questão que quero levantar aqui é a forma que o governo lida com os estudantes brasileiros, tanto jovens quanto adultos. Não é porque o brasileiro tem um mau ensino que o governo esta agindo agora, é porque o mercado precisa de pessoas mais qualificadas. Mas como pensar diferente num país capitalista?

E mais: o governo esta iniciando estes investimentos, até eles começarem a dar frutos o Brasil já importou muita mão de obra estrangeira para suprir sua necessidade. Isso se não continuar exportando mesmo depois da execução dos programas educacionais.

Tudo isso é reflexo de um país que não investe nem em educação nem em pesquisa. Sem falar na grade curricular obrigatória que não condiz com a sociedade contemporânea. Enfim, isso é outro assunto que até merece outra postagem, mas outro dia. Por hoje fica a reflexão do ensino técnico mesmo.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Panorama da semana

A partir de hoje os Resumo da semana serão substituídos por uma nova classe de postagens chamadas de Panorama da semana. Agora ao invés de somente noticiar os acontecimentos haverá uma visão mais ampla sobre eles. Acredito que dessa forma o blog se torne mais produtivo, se acharem o contrário por favor me avisem.


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Ministro do Trabalho continua no cargo.

Por enquanto Carlos Lupi ainda é nosso Ministro do Trabalho. Ele é acusado de improbidade administrativa – acusado de peculato por ocupar cargos fantasmas na Câmara entre 2000 e 2006. Além disso estão sob investigação contratos de ONG’s com o ministério do Trabalho da ordem de mais de 10 milhões de reais, as quais Lupi é acusado de favorecer. Outras acusações envolvem seu partido (PDT) e o ministério controlado por ele.

Nenhuma das acusações até agora foi provada na justiça. Lupi afirmou sua inocência e fez declarações que não agradaram a presidente Dilma Rousseff, que por enquanto o mantêm no cargo, mesmo com a pressão da oposição e contrariando recomendações, por unanimidade, da Comissão de Ética Pública da Presidência da República que recomendou sua exoneração.

Esta semana até mesmo alguns membros do PDT começam a “pular do barco” do ministro antes que ele afunde, talvez pensando em preservar suas imagens para a mudança ministerial prevista para ano que vem pela presidenta.

Por ora é isso, ao que tudo parece, se Lupi não sair agora, não ficará depois da reforma, ou seja, questão de meses a mais ou a menos no ministério.


Votação do novo Código Florestal é adiada mais uma vez

O partido que parece estar mais engajado contra as novas propostas para o nosso Código Florestal conseguiu adiar sua votação mais uma vez. O PSOL alegou questões regimentais desta vez para adiar a votação, contudo, ecoam algumas vozes que o assunto esta sendo tratado com muita rapidez, ou melhor, sem a devida atenção (opinião contrária ao do Senado, que aprovou esta semana requerimento de urgência para o texto).

O assunto extrapolou os limites do congresso e da Câmara e chegou a ao menos a mais 1,3 milhão de pessoas, esse é o número de assinaturas no documento que a ex-Senado Marina Silva entregou esta semana a José Sarney, o presidente do Senado, contra o novo projeto que esta sendo deliberado pelas esferas políticas nacionais.

Por enquanto nada está definido, o que é certo é que a bancada ruralista é maior no congresso e que a população é contra as modificações no código. Quer saber mais sobre essas novas propostas, veja postagem do Dia de Política sobre o assunto, clicando aqui!


Disputa pela prefeitura de São Paulo

Há um pouco menos de um ano para a eleição que definirá o novo prefeito de São Paulo os dois principais partidos (PT e PSDB) parecem já ter seus candidatos acertados.

Fernando Haddad (atual ministro da Educação) não enfrentará prévias no PT e já é o pré-candidato do partido ao cargo. Pesquisas recentes mostram que ele possui baixo grau, tanto de reconhecimento quanto de rejeição. O que pesa a seu favor são os padrinhos políticos; Lula e Dilma o apoiarão em campanha.

Já no cenário tucano o futuro é mais nebuloso, inclusive com prévias no partido. Mas José Serra deve concorrer ao cargo, uma vez que o partido esta mais propenso a bancar Aécio Neves para presidente e Alckmin para governador nas próximas eleições. O que resta para Serra é a prefeitura ou o ostracismo político.

Vejam vídeos do programa É Notícia, apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar entrevistando os dois candidatos: Haddad / Serra.