quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dia Mundial Sem Carro

Hoje, dia 22 de setembro, é definido como o Dia Mundial Sem Carro. Um movimento iniciado em algumas cidades da Europa nos últimos anos do século XX, desde então vem se disseminando por todo o mundo. A intenção é causar reflexões sobre os modos de vida que levamos, sobretudo em como utilizamos o automóvel em nosso cotidiano.

Esta reflexão cabe muito bem aos cidadãos paulistanos, ou de qualquer um que viva numa capital ou grande cidade brasileira, onde os projetos urbanos são feitos pensando na locomoção por carros.

Estradas, viadutos, cruzamentos, faixas, até mesmo os semáforos estão ali em detrimento aos veículos motorizados, enquanto os pedestres precisam esperar a sua vez (que quase sempre são poucos segundos para atravessar uma grande via - grande porque foi feita para o grande número de carros que passa por ali).

A saída que o governo poderia (deveria) nos oferecer é um transporte público de qualidade, o que sabemos não acontece. São linhas de metrô, trem e ônibus saturadas, desconfortáveis e algumas vezes com equipamentos em situações precárias (houve recentemente renovação da frota de ônibus em São Paulo, mas isso é um problema nacional).

Onde estão as ciclovias? Existem faixas de pedestres suficientes? Temos uma alternativa viável ao carro? O transporte público atende as nossas necessidades? Pagamos poucos impostos e o governo não tem o que investir nessa área?

Poderia ficar o dia inteiro fazendo diversas perguntas e chegaríamos a mesma conclusão, São Paulo foi estruturada para carros, mas já não tem infraestrutura que comporte a quantidade de automóveis que circulam diariamente por ela, e ainda mais, não houve investimento e nem planejamento urbano para transportes alternativos. Em resumo, se todos que usam carro fossem para o transporte público este entraria em colapso; se todos que utilizam o transporte público usarem um carro, idem.

Em meio a tudo isso fica a pergunta: todo o dinheiro investido nessa estrutura para carros valeu a pena? E ainda uma questão maior:

A cidade é feita para os carros ou para as pessoas?

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